O peso mexicano fortaleceu-se significativamente na quarta-feira, ultrapassando a marca dos 19 pesos por dólar pela primeira vez em quase um ano. Negociado a 18,92 por dólar a meio da tarde, a moeda atingiu a sua posição mais forte desde agosto de 2024.
A valorização do peso surge no meio da especulação crescente de que os Estados Unidos poderão em breve isentar o aço e o alumínio mexicanos das tarifas de 50% recentemente impostas. Este potencial alívio segue-se ao facto de o Presidente Trump ter duplicado as tarifas sobre estas importações mexicanas na semana passada, depois de as ter fixado inicialmente em 25% em março.
Os analistas financeiros atribuem a recuperação do peso a três factores fundamentais:
- Expectativas de que a Reserva Federal dos EUA reduza as taxas de juro, enquanto o banco central do México poderá interromper o seu próprio ciclo de flexibilização;
- Otimismo em torno do recente acordo comercial entre os Estados Unidos e a China;
- Indicações crescentes de que as negociações entre os EUA e o México poderão conduzir a uma redução dos direitos aduaneiros sobre o aço até determinados volumes de importação.
A diferença significativa entre as taxas de juro do México (8,50%) e dos Estados Unidos (4,25%-4.5% range) continua a apoiar a força do peso. A taxa de inflação mexicana de 4,42% em maio continua a ser consideravelmente mais elevada do que a taxa americana de 2,4%.
Olhando para o futuro, alguns analistas financeiros sugerem que o peso poderia potencialmente se fortalecer ainda mais para 18,50 por dólar se as condições do mercado global permanecerem favoráveis e as reduções tarifárias se materializarem. No entanto, o Banamex oferece uma perspetiva mais conservadora, projectando que o peso enfraqueça para 20,6 em dezembro, citando potenciais tensões decorrentes da próxima revisão do acordo comercial USMCA, que poderá ter início no final deste ano.
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